Naquela época da minha mãe todos saiam mais de casa, festejavam mais, se divertiam mais. Como minha ela dizia: “Naquela época éramos felizes”. Fazíamos piqueniques nas florestas, ar puro, somente os sons dos galhos das árvores, com vista para todo o verde, com uma toalha xadrez sobre o chão, todas aquelas comidas cheirosas e sucos naturais, tudo era uma maravilha. Todos faziam longas caminhadas até chegar à escola, cada um levava seu próprio lanche caseiro, na hora de ir embora, todos voltavam famintos para casa. De tarde, no sol quente, pegavam na enxada e iam para a roça e trabalhavam a tarde toda, todos alegres, conversando, cantando, afinal, se divertindo. Enquanto hoje, todos têm carros, motos, veículos para se locomover, só saem de casa se for necessário, não existem piqueniques, não existe almoço com amigos. Existem pessoas com os olhos grudados na televisão, pessoas fixadas na tela do computador, preocupadas com o resultado do jogo de futebol, ou que roupa vão comprar.
Na época da minha mãe era diferente, havia diversão, havia franguinho na panela', em Prata dos Baianos era assim, a tristeza pulava de alegria. Mas como minha mãe dizia: Naquela época éramos felizes.
Bruna Porto
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